Falava, falava muito, apontava-lhe os descuidos e as faltas, de vez em quando o dedo em riste na direcção do nariz ou do peito ressaltando promessas antigas e falhadas, o coração como mira da acusação.
Ela de vez em quando abría a boca, sumidinha na mentira pequena, deixava ir, cada vez mais imaginativa na desculpa corada...
Nessas alturas escondía as mãos, dobrava o dedo médio por cima do indicador e prometía-se a si mesma ser a última das grandes mentiras.
Aliás, desde que cruzasse os dedos sentía-se redimida e desta forma, uma mentirinha, pequenininha que fosse, castigo algum merecería...
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