MÚSICAS DO PEITO

 


Depois que todos saíram o cómodo entregou-se ao silêncio dos fumos fumados, ao vazio das cadeiras desarrumadas, dos copos esquecidos pelo resto das bebidas consumidas.
O artista, cansado, agarrou a sua viola e acariciou a madeira polida perdendo o olhar, sentou-se num canto ainda quente de alguém que partira apressado. Maquinalmente, calcou as cordas, mas sem tirar com a outra mão vibração alguma, deixou-se ficar a escutar dentro do seu peito o toque dos seus dedos nas linhas de aço.

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