O PESADELO





E de repente a queda.

Não se atreveu a abrir os olhos, deixou-se ficar naquele soluço descompassado em que todo o corpo se ouve no bater do coração.

Abraçou-se, sentiu seios, braços, tronco e até a veia no pescoço a latejar sob a pele húmida de suor. Estava inteira, conseguía mover-se, tentou encontrar alguma dor mas só o susto ainda lhe ardía no pesadelo que lhe estremecera alguns minutos na vertigem desamparada dos sonhos maus.

Agarrou a terra ao redor, apertou-a muito, cravou-lhe as unhas e sentiu-se feliz de estar viva.

Sem comentários: